Perdoar-nos, para que Sigamos Adiante

| quarta-feira, 17 de julho de 2013

Para que os sonhos sejam realizados, é preciso, antes de qualquer coisa, perdoar a nós mesmos



“Mulher, não conheço este homem.”

As palavras de Pedro fugiram-lhe da boca tão depressa que mal ele próprio pôde perceber. Tudo que ele queria era se livrar daquela empregada dos sacerdotes e voltar a prestar atenção na humilhação que Jesus estava sofrendo na mão daqueles sujeitos.

O dia ainda nem havia nascido. Os soldados prenderam o Homem após a traição de Judas e, de longe, dois discípulos o seguiram. Um deles, Pedro, quando deixou seu rosto ser clareado pela luz do fogo que os aquecia no centro do pátio, ouviu a pergunta, que mais tinha tom de acusação: “Também tu estava com Jesus, o galileu!”. Negou.

Conforme o dia nascia, a escuridão das palavras tornava-se pior. “Blasfemou!”, “É réu de morte!”. Logo, quando o segundo homem apontou para Pedro e afirmou “Este também estava com Jesus, o nazareno!”, a negativa veio veemente: “Não o conheço!”.

Estapeavam e cuspiam no próprio Deus, o que Pedro poderia esperar que fizessem com os seus homens? Procuravam falsos testemunhos que os acusassem e um terceiro homem, que estava por ali, acusou: “Também este, verdadeiramente, estava com ele!”.

“Não conheço este homem!” E, enquanto Pedro ainda praguejava, o galo cantou.

Ergueu os olhos e encontrou Jesus o encarando, sereno. E chorou amargamente.

O poder do perdão

Jesus passou sua vida pregando o perdão. Ele mesmo, quando recebeu o “beijo da morte”, perdoou o traidor. Mas o traidor não se perdoou. Ao tomar consciência do que havia feito, desfez-se do suborno recebido. Pouco depois, seu corpo foi encontrado pendurado pelo pescoço.

Quantas vezes ouvimos da boca do ofendido as palavras “Eu te perdoo” e, ainda assim, nos prendemos em sentimentos amargos que inundam nossas bocas e corações? A culpa e o arrependimento plantam suas raízes dentro de nós e, de célula em célula, ocupam todo o nosso corpo com seus galhos espinhosos e seus frutos acres.

Desde quando o livro dos Salmos foi escrito, essa atitude nos perturba. “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim”, está escrito em 51:3.

Nós, contudo, conhecemos nossos pecados, mas não o pensamento divino. Como podemos não nos perdoar por algo, se devemos perdoar 70x7? É importante que nos incluamos nessa conta, superando nossas próprias transgressões. Pois o ensinamento diz, justamente, que quando nos perdoarmos, Deus fará o mesmo por nós, os pecadores. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” Mateus 6:14-15

Os erros devem servir de aprendizado. Transformá-los em nosso "carcereiro" do tempo, prendendo-nos ao passado, impede nosso crescimento espiritual e compromete nossa paz. Paulo ensina, em sua carta aos Filipenses, que devemos seguir sempre olhando adiante (3:13).

O arrependimento deve acompanhar o perdão. “E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante Ele, tranquilizaremos o nosso coração; pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas.” 1 João 3:19-20

Embora houvesse se amargurado muito pelas palavras que sua própria boca proferiu, Pedro se perdoou. Entendeu que tudo acontece da forma como tem que acontecer. Deus conhece nossos passos futuros. O perdão de Pedro, nada mais é do que a compreensão de que ele errou, mas seu arrependimento é bem-visto por Deus. Tanto que o Próprio se deixou ver outra vez pelo discípulo.

 Se não tivesse se perdoado, Pedro jamais seria capaz de voltar à presença de Jesus. O poder do perdão de Pedro o tornou capaz de pregar o Evangelho em terras distantes e atrair milhões de ovelhas para os braços do Pai.

Assim, devemos entender que Deus tem planos para nosso futuro e, para eles serem concretizados, é preciso, antes de qualquer coisa, perdoar-nos.

E se o seu coração acusar você de algo que já foi pago ou perdoado, cale-o, seguindo a orientação que Deus nos dá por meio da razão:

“Irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filipenses 4:8

Por Andre Batista / Imagem: Fotolia 

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